Dois estados do Brasil registraram casos de gripe aviária. O Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou que dois animais foram diagnosticados: um no Espírito Santo e outro no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (22). Doença tinha sido identificada pela primeira vez no país em três aves no Espírito Santo, na última semana.
O que você precisa saber:
- Espírito Santo e Rio de Janeiro registraram casos da doença em aves silvestres;
- Dois casos em humanos estão em análise, enquanto mais de 30 deram negativo nos testes;
- Casos registrados não afetam avicultura do país;
- Doença não é transmitida para humanos por meio do consumo da carne ou ovos de aves infectadas;
- Humanos podem pegar gripe aviária ao terem contato direto com animal contaminado (vivo ou morto);
- Aumento de infecções entre aves e mamíferos preocupa especialistas, que temem que mutação leve gripe aviária a circular entre humanos.
Além disso, em nota publicada nesta segunda, A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) ressaltou, em nota publicada nesta segunda, que casos foram em aves silvestres – por isso, não afetam produção da avicultura do Brasil.
O Brasil segue reconhecido como livre da enfermidade perante a OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal), já que a produção comercial segue sem qualquer registro. A ABPA destaca, ainda, que o registro de novos casos não deve gerar impactos nas exportações brasileiras.
ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), em nota
Casos recentes de gripe aviária
O Ministério da Agricultura e Pecuária informou que Espírito Santo contabilizou mais um caso confirmado em ave silvestre, agora da espécie Thalasseus Maximus (nome popular trinta-réis-real). O animal foi encontrado na zona rural do município de Nova Venécia.
Já o outro caso, também em ave silvestre, foi detectado no estado do Rio de Janeiro, em São João da Barra em área litorânea. Trata-se de ave da espécie Thalasseus acuflavidus (nome popular Trinta-réis-de-bando), informou a Pasta.
Ministério também destacou que o vírus da gripe aviária não é transmitido para humanos por meio do consumo da carne animal ou dos ovos. Porém, alertou que contato direto com animal contaminado, vivo ou morto, pode ser um meio de transmissão.
Casos em humanos
Além dos casos em animais, 33 amostras para análise foram coletadas de funcionários do Parque da Fazendinha, em Vitória (ES), onde foi encontrada uma das aves infectadas. Na semana passada, o subsecretário de Vigilância em Saúde do estado, Orlei Cardoso, afirmou que 32 pessoas já haviam sido liberadas e estavam fora do monitoramento.
A outra, um homem de 61 anos que apresentava sintomas gripais leves, estava com o resultado do exame pendente. No fim de semana, o Ministério da Saúde confirmou que o paciente, assim como os outros funcionários, recebeu resultado negativo no teste para gripe aviária.
No entanto, a Pasta acrescentou que três outras pessoas sintomáticas foram notificadas no Espírito Santo. Por isso, também estavam sendo monitoradas. Uma delas já teve o diagnóstico para gripe aviária descartado, mas as demais seguem em análise.
As amostras foram analisadas pelo laboratório da Fiocruz, no Rio de Janeiro, após encaminhamento do Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública) do Espírito Santo. Pasta informou, em nota, que o Ministério da Saúde orientou busca ativa para investigação de todas as pessoas que tiveram contato com os animais.
O que é gripe aviária?
É uma doença provocada por cepas do vírus Influenza que circulam entre aves, porém não se disseminam com facilidade entre humanos. Anualmente, apenas algumas dezenas de casos em pessoas são registrados no mundo. Por ora, não há registros da doença em humanos no Brasil
No entanto, o crescimento das infecções entre aves, que bateu recordes no último ano, e o registro de contaminação em outras espécies, como mamíferos, têm acendido alerta entre especialistas. Eles temem que mutação leve o patógeno a circular entre pessoas.
Como a gripe tem alta transmissibilidade e a versão aviária apresenta letalidade elevada ao infectar humanos (cerca de 53%), autoridades de saúde monitoram de perto qualquer suspeita da doença.
Em fevereiro deste ano, a OMSA emitiu alerta em que mencionava surtos “sem precedentes” entre aves e risco de ela “se espalhar para humanos”.
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